O
texto que você vai ler é um texto narrativo.
CHEGAM OS SUPER-HERÓIS
Walcyr Rodrigues
Carrasco
O
Super-Homem chegou à cidade!
Não só
ele, não! Um monte de super-heróis!
Foi
assim. A Heloísa estava lendo o jornal da mãe dela quando viu, na primeira
página, o Super-homem. Correu a ler. E ficou sabendo que ele e mais uma porção
de heróis americanos tinham feito um filme, chamado Legião de Super-Heróis
contra os invasores do espaço. O filme ia começar a passar naqueles dias e
todos os super-heróis estavam num grande hotel da cidade falando com repórteres
e desfilando pelas ruas.
– Que maravilha! – disse o Tomé quando soube.
E só
porque a Heloísa tinha visto no jornal, ele abriu o coração. Contou como tinha
vontade de conhecer os super-heróis de perto, e ser um deles também. De voar,
de ver mundos, de segurar trem com uma mão só! Ele pensou que a Heloísa ia rir.
Mas não riu não.
– Eu sempre achei que você era mesmo vidrado em
super-herói! – disse ela.
Então o Tomé viu que não tinha outro jeito.
– É agora ou nunca! Heloísa, eu vou até o
hotel em que eles estão.
– Eu vou com você.
Tomé
não gostou muito da ideia.
– Mas será que eles vão deixar os dois se
transformarem em super-heróis?
– Ué, por que não?
– Mas
fica feio... você é menina.
– E daí? Tem mulher que é super-herói também,
não tem?
Tomé
decidiu:
– Tá, você vai. Mas, se só puder ser um, eu
estou na frente. Tive a ideia primeiro!
–
Certo!
Mas
Tomé pensou uma coisa:
– Heloísa! Nenhum Homem-Fogo, nenhum
super-herói vai querer ajudar a gente assim sem mais nem menos, vai? Mas e se
eu mostrar que sou um grande cientista? Vou levar minha barata!
– E eu, minha bola! Vou mostrar meu chute!
Heloísa correu a pegar a bola, Tomé vestiu a
fantasia de Super-Tomé, que andava esquecida no fundo do armário, pegou a
panela cheia de baratas. Se o antídoto ainda não tivesse funcionando, ele ia
mostrar um baratão! Juntaram todo o dinheiro que tinham e foram até o centro da
cidade. Pergunta daqui, pergunta dali encontrou o hotel. Que era, por sinal,
enorme, com escadarias e um homem todo fardado, mais fardado que polícia,
parado na porta.
– Onde é que vocês vão?
– Falar com o Super-Homem.
– Não pode, ele tá muito ocupado! – riu o
homem.
Heloísa e Tomé se olharam. Nesse instante ia
saindo um casal cheio de malas. O homem foi obrigado a abrir a porta. E os dois
entraram correndo. O homem foi atrás, gritando:
– Voltem aqui! Moleques!
Tomé
e Heloísa corriam no meio das pessoas com malas, e mais uma porção de homens e
mulheres
uniformizados. No meio da confusão, eles viram que estavam na frente do
elevador vazio.
Entraram e apertaram o último botão.
Bem a tempo! O porteiro já estava chegando.
Mas as portas se fecharam e ele começou a subir, subir tanto que até dava
vertigem. Ainda mais porque o elevador era todo transparente, e dava pra ver
até o chão!
–- Tomé, como a gente vai fazer pra ir embora?
O homem vai chamar a polícia.
–
- Depois que a gente virar super-herói, ninguém mais vai nos prender!
Subiram, subiram.
As
portas do elevador se abriram para um salão maravilhoso, todo cheio de tapetes.
E ali, com copos na mão, comendo empadinhas, sanduíches, croquetes, coxinhas,
mil sanduichinhos que garçons serviam em bandejas, estavam ELES! Sim, os
super-heróis, vestidos como nos filmes, conversando com jornalistas de pé que
escreviam tudo o que eles diziam.
[...]
Um
fotógrafo que estavam perto começou a bater fotos. Alguns jornalistas se
aproximaram,
perguntaram
o nome completo do Tomé e da Heloísa, em que colégio eles estudavam, quantos
anos tinham. Aí, todos os super-heróis se reuniram em torno dos dois, falando
sem parar numa língua esquisita, que devia ser inglês, e abriram a maior bocona
no maior sorriso pra tirar fotos. Tomé estava emocionado. Nunca pensou que
fosse ser tão bem recebido. Mas sabia que tinha alguma coisa a explicar:
– Heloísa,
eles não estão entendendo nada!
– Eles
pensam que a gente é fã!
Foi ela quem teve a ideia primeiro.
–
Mostre pra eles, Tomé!
– Mostrar o quê?
–
A tua barata poderosa! Assim eles vão ver que estão falando com um cientista de
verdade!
– É
mesmo!
Tomé
estendeu a panela.
O
Homem-Aranha riu, entusiasmado:
– What is this, popcorn?
Estendeu
a mão.
Tomé abriu a panela!
As baratas saíram voando em todas as direções ao mesmo tempo. E com elas foi um
corre-corre, uma gritaria danada. Os super-heróis corriam como um bando de
gansos assustados!
– Help me, help me! – gritavam todos.
O
Super-Homem, que no cinema todo mundo pensa que é o máximo, subiu numa mesa,
gritando e dando tapinhas numa baratona que estava pousada na capa. O
Homem-Aranha correu pra trás da cortina. As super-heroínas saltaram em direção
ao elevador. Os jornalistas foram para baixo das mesas.
Os garçons derrubaram as bandejas.
Ninguém voou, ninguém lançou raios, nada!
Tomé e
Heloísa não conseguiram entender. Que decepção!
Se
eles tinham poderes, por que não usavam? Ou só faziam truque de cinema?
Que
bobagem! E como eram medrosos! Tanto barulho por umas baratinhas de nada!
Tomé jogou a panela num canto, Heloísa
segurou a bola. Foram para o elevador.
Nem conseguiram falar nada. Quando desceram,
o porteiro gritou:
– Ah! Achei! Fora daqui!
Nem ligaram. Saíram de cabeça baixa.
Que decepção!
Como podia ser?
Resumo
É um texto que apresenta as ideias ou fatos
essenciais desenvolvidos num outro texto, expondo-os de um modo abreviado e
respeitando a ordem pela qual surgem.
Para fazer um resumo
você pode seguir este roteiro:
1- Procure as ideias centrais de cada parágrafo, ou grupo de
parágrafos. Você pode sublinhá-las para facilitar seu resumo.
” O Super-homem chegou à
cidade. Heloísa estava lendo o jornal...quando viu... uma porção de
super-heróis americanos... estavam num grande hotel da cidade...”
2- Resuma essas ideias, organizando-as em uma frase. Assim
você poderia começar o resumo do texto dizendo.
Heloísa leu no jornal
que o Super- homem e vários outros super- heróis americanos estavam hospedados
num grande hotel da cidade.
3- Lembre-se de que você não deve reproduzir os diálogos
como eles aparecem no texto.
Você já tem o inicio do resumo. Agora
continue.